terça-feira, 1 de abril de 2014

A caixa de ferramenta

A tecnologia, que deveria ser usada para te libertar, está te escravizando. (O Livro dos Conselhos)

Tempos atrás, li uma entrevista de David Baker. Na época, eu tinha acabado de assistir ao filme Disconnect. Então, foram duas lambadas juntas. Guardei o link da entrevista pois ela merecia um post.

Será que no seu dia você dispõe de 15 minutos para conferir essa informação? Tenho certeza que não vai se arrepender. Pode até ficar chocado com o que vai ler. Quem sabe você não esteja na situação e seja o momento da mudança?

Internet para você se resume a redes sociais? Tente fazer um exercício.

Tente ficar apenas seis horas sem acessá-las, e observe seu humor. Se ficar irritado, sem nada para ocupar o seu tempo, o alerta está ligado. Está na hora de disconnect.

Então, se você conseguir completar essa exercício de seis horas, aproveite esse tempo para ler a entrevista e para ver ao filme Disconnect, e pensar sobre toda essa informação que você teve acesso. Eu tenho certeza que você vai gostar, e quem sabe esse texto não será a primeira coisa que você vai compartilhar quando retornar às redes sociais, após as seis horas?

“Há dois problemas com a tecnologia: ela está crescendo muito rápido e é muito sedutora. E ela vai se desenvolver cada vez mais rápido, por conta da Lei de Moore. Nós estamos tentando disputar uma corrida com a tecnologia para utilizá-la, mas nunca vamos vencer. Então nós precisamos nos reposicionar em relação à tecnologia e perguntar como nós podemos fazer para que ela não seja nosso mestre, mas uma ferramenta. Precisamos fazer com que os avanços tecnológicos sejam a nossa caixa de ferramentas. Se nós temos uma caixa de ferramentas em casa, nós não acordamos e vamos correndo serrar alguma coisa, vamos?

Mas nós acordamos e vamos checar nossas notificações, por exemplo. Então nossa relação com a tecnologia nesse momento é adolescente, é sedutora, nós estamos apaixonados. E agora temos a oportunidade de entrar numa nova fase do nosso relacionamento: entender a tecnologia, compreender o que é viver com ela. Temos que nos perguntar que tipo de seres humanos nós queremos ser e quais são as tecnologias que podem ajudar nesse propósito. Por exemplo: eu não gosto quando as pessoas ficam checando seus telefones quando eu estou falando com elas. Primeiro, porque é desrespeitoso. Porque existe algo de belo na atenção que as pessoas dão umas às outras. E isso é quebrado por um sujeito na Califórnia que juntou alguns algoritmos pra fazer um aplicativo. Veja bem: a tecnologia não é mágica. São só pessoas usando algoritmos bons. Então eu quero uma revolução na qual as pessoas amem a tecnologia, mas a usem mais como uma caixa de ferramentas e menos como um mestre.”

“Ninguém precisa abandonar a tecnologia, mas é necessário experimentar momentos de desconexão”.