quarta-feira, 29 de abril de 2015

DL2015 Abril - À luz do Consolador

Yvonne Pereira é das minhas autoras favoritas.

Foi através de seus livros que pude aprofundar reflexões sobre a nossa verdadeira essência.

Sua história de vida, suas lutas e testemunhos, sua fidelidade ao ensinamentos do Cristo e aos postulados espíritas, são inspiração para todos que caminham entre dificuldades e problemas nos dias de hoje.

O livro dela que escolhi reler nesse mês foi "À luz do Consolador". Um apanhado de artigos publicados na revista "O Reformador" entre as decadas de 60 e 80, e que continuam muito atuais. Em sua maioria, ela responde a questionamentos de leitores sobre temas variados, usando um pseudônimo. Suas considerações são muito oportunas.

Os questionamentos denotam a ignorância e o preconceito sobre o Espiritismo por parte dos leitores, o que ela responde com muita classe e conhecimento de causa.

Yvonne Pereira deixou um grande legado com sua literatura. Especialmente com a publicação de "Memórias de um suicida", que apresenta os bastidores do mundo espiritual para aqueles que optaram por atentar contra a vida. Toda sua vida foi dedicada a este mister, uma vez que ela fora suicida por mais de uma vez em vidas passadas, conforme narrado em outros romances psicografados por ela.

Se ficou interessado, busque conhecer as obras desta notável Médium.


segunda-feira, 6 de abril de 2015

Lucidez

Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá (Efésios 5:14)
O espírito encontra-se totalmente lúcido.

Mas os corpo não responde mais aos comandos.

Sentada numa cadeira de rodas, observa tudo a sua volta, atentamente.

Quem chega, quem sai, quem a ignora, quem demonstra carinho, quem fala gritando, quem fala baixinho.

Balança para frente e para trás, como um pêndulo. Seu desejo seria vencer as limitações físicas e levantar, sair andando como nos velhos tempos. Mas entende, resignada, o momento que passa.

Quando indagada sobre algo, demora a compreender, e responde com lucidez, monossilábica, olhando nos olhos.

Olhos que enxergam a alma, que penetram no seu íntimo, e que conhece das coisas do céu.

Páscoa... Renovação, libertação.

Prazer desfrutar de sua companhia e de seus ensinamentos em tantos momentos, e das lições finais, agora nesses dias em que a vela vai se apagando.

Obrigado por tantos ensinamentos, por me ter como um neto adotivo, sempre de braços abertos em sua família.

Admiro-a para a eternidade. Continue sendo nosso farol.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

A palavra esquecida

Para muitos seria apenas mais uma coincidência, para outros, acaso. Para mim, um exercício do olhar que repara, conforme diz Saramago no seu "Ensaio sobre a Cegueira".

Ontem pela manhã, recebi o texto abaixo:

No mundo, dependemos uns dos outros. Assim dispõe a Lei de Sociedade, uma das Leis Morais. Quis o Criador que os Seus filhos vivessem a fraternidade e a solidariedade, no rumo do progresso.

Por isso mesmo, é comum termos dívidas de gratidão. Em alguns momentos de nossa vida alguém nos ajuda e tudo que acontecer daí por diante, será graças a esse momento.

Lembramos de um jovem baiano, décimo terceiro filho de uma família modesta. Ele desejava estudar, planejava ir para uma Universidade, tornar-se psicólogo ou psiquiatra.

Em sua cidade interiorana, havia uma escola de datilografia, ele se matriculou, fez todo o curso, com dedicação.

Chegou a formatura. Era um ato social muito elegante, naqueles tempos recuados. Os homens compareciam de terno e gravata e as mulheres com longos vestidos. Um verdadeiro acontecimento social.

Todos os formandos eram fotografados para compor um grande quadro.

O jovem, em seus doze anos apenas, não tinha roupa adequada para ir à formatura, nem a família tinha recursos a dispor para isso.

Uma vizinha, conversando com a mãe do formando, lhe perguntou a razão da sua tristeza.

É que meu filho vai se formar em datilografia e não poderá comparecer à cerimônia.

Por que não?

Porque ele não tem terno, nem gravata.

A senhora, solícita, falou:

Eu posso solucionar este problema. Meu marido tem o mesmo corpo que o seu filho. Ele acaba de comprar um terno novo para uma festa na próxima semana. Empresto a roupa, seu filho vai receber o diploma. Quando voltar, a senhora me devolve.

Grande foi a felicidade quando a mãe mostrou o terno de linho ao jovenzinho. Ele o vestiu, foram feitos uns ajustes nas mangas do paletó, com alguns alfinetes.

Ele se olhou ao espelho, quase encantado. Jamais vestira uma roupa tão alinhada.

Foi para a cerimônia, exultante de felicidade.

No dia seguinte, sua mãe devolveu o terno.

Passados muitos anos, aquele rapaz ainda recordava, com gratidão, daquela senhora tão gentil, que fizera a sua felicidade juvenil.

Durante mais de setenta anos, tendo se transferido de cidade, ele lhe escreveu todos os meses, até a morte dela, muito idosa.
* * *

A gratidão é esse movimento de ternura, que se extravasa dos corações. Muito mais do que um simples reconhecimento dos benefícios recebidos, significa o expressar de um sentimento profundo.

Gratidão atravessa o tempo e o espaço. Poderão se multiplicar os anos, se alterar o quadro da existência, nos transferirmos para lugares distantes, sem que se altere esse sentimento.

E há tantos que nos merecem a gratidão: nossa mãe que nos permitiu renascer, que nos alimentou e cuidou, noites a fio; nosso pai que nos acompanhou os dias da infância e da juventude, orientando-nos; os professores que nos abriram as portas do conhecimento, e nos ilustraram o intelecto.

Também quem nos concedeu a possibilidade do primeiro emprego; quem nos encaminhou nos rumos da vida religiosa; quem nos ofereceu amizade, compreensão, compaixão.

Pensemos nisso e não nos esqueçamos de tributar gratidão constante a todos esses que floriram nossos caminhos e iluminaram nossas vidas.

Redação do Momento Espírita, com base em fato relatado por Divaldo Pereira Franco.
Em 31.3.2015

* * *

No final de semana, fizemos uma faxina e muitos livros foram separados para doação.

Ontem, recebo uma mensagem de uma usuária do skoob, solicitando um dos livros que tinha cadastrado nesse site há tempos. Curioso é que nunca havia usado esse site para trocar nada, nunca tive nenhum dos meus livros solicitado por ali.

Anita, a usuária que havia recém descoberto o site skoob naquele dia, solicitou um dos livros que separei para doação. Liguei para casa para saber se o livro ainda estava por lá, e na resposta afirmativa, respondi à Anita que o livro era dela.

Na troca de mensagens que tivemos, nas quatro mensagens que ela me enviou, usou a palavra GRATIDÃO em três respostas.

* * *

Eis a palavra esquecida! Precisamos trazê-la de volta para nossos dias.

O Desafio Literário nesse mês sugere buscar um autor favorito. Inspirado nas mensagens da Anita, e na mensagem que narra uma história de Divaldo Franco, vou pegar um livro de Joanna de Ângelis, que é guia espiritual do Divaldo, e que tem um livro chamado "Psicologia da Gratidão", para ler nesse mês.

Sem coincidência, ou acaso...basta ver o que o mundo quer te mostrar.

Exercitemos a gratidão.