Volta e meia ouço essa expressão: "Nossa! Essa você tirou do fundo do baú!! Como se lembra disso?"
O que lhe veio a mente com a expressão "fundo do baú"?
Muitas vezes, ela é interpretada como algo antigo...o que nem sempre é verdade.
Prefiro ver o fundo do baú como coisas que cairam no esquecimento, que não usamos com frequência.
Quem tem crianças em casa e tem um baú de brinquedos, entende que fundo do baú é por ai...
E como eu estou sempre a revirar meu baú, o de memórias, as coisas estão sempre vivas ao meu redor.
* * *
E por que está chegando um dia especial (dia das mães), que devemos comemorar todos os dias, vou lhe proporcionar um mergulho no seu baú.
Resgate uma experiência marcante que viveu com sua mãe. Uma das muitas lições que ela lhe transmitiu e que ficou inesquecível.
E fique a vontade se quiser relatá-la ai nos comentários.
Mas vá além disso, nesse dia especial, que é o dia das mães, conte a ela dessa lição inesquecível que você se recordou ao mergulhar no baú de suas memórias...isso vale muito mais do que qualquer presente.
Se ela está distante, telefone.
Se ela já não está entre nós fisicamente, ore. Vibre, agradeça através de uma prece. Relate mentalmente. Tenha certeza que ela receberá a vibração onde estiver e ficará muito feliz.
Se o seu relacionamento não é dos melhores com sua genitora...quem sabe essa lembrança de um momento agradável não seja a oportunidade de um recomeçar? O perdão é libertador.
* * *
Dentre tantas lições que aprendi com ela, hoje especialmente, eu me recordo de uma família que ela tinha o prazer de atender em nossa cidade, abrindo sempre as portas de nossa casa para recebê-los, dando muito mais do que o pão para matar a fome, mas exercitando uma arte muito esquecida nos dias de hoje...a arte de saber ouvir.
Concluirei num próximo texto, pois no momento os dedos tremem e o olho está embaçado...não dá para continuar.
Ah q beleza vi aqui! Me recordo tantas coisas bacanas da minha mãe mas, o que mais me recordo e não posso hoje dividir com ela, foi a lição de ser uma mulher forte, de enfrentar as agruras da vida com o peito aberto e a cara limpa. Lembro-me num dos momentos mais tristes e desesperados de minha vida, ela me dizer: "Você vai criar e educar seu filho com dignidade, força e caráter". Nunca me esquecerei... <3 (eu tb com os olhos marejados)
ResponderExcluirObrigada,
Cris Soldera
que lindo!
ResponderExcluirvou revirar meu baú e depois volto aqui pra partilhar com vocês o meu tesouro;)
lembrei!!!
ResponderExcluireu, recém-casada, em Manaus, prestes a preparar feijão pela primeira vez na minha vida:)
mas na época, eu não sabia como é que fazia feijão... e nem tinha internet em casa... não contei os tostões: fiz um interurbano, na época em que só era preciso discar o DDD e o número do telefone:)
- mãe, como é que faz feijão? perguntei aflita:)
e minha mãe, lá de Fortraleza, pacientemente me explicou tudinho:)
- refoga a cebola e o alho...
e eu corria pra panela pra refogar e depois voltava:
- já refoguei, e agora???
e ela continuava a ditar as estapas da receita, sempre aguardando que eu concluísse o passo seguinte:)
acho que foi o feijão mais caro da história deste País:)
vou telefonar pra ela pra perguntar se ela se lembra:)
ResponderExcluirBem, pensando bastante há respeito. E, sendo pai, hoje, penso que a grande lição que aprendi com ela, foi a de, no momento certo, aceitar a caminhada solo de um filho. Quando fui avisar a minha mãe, que eu não iria somente vir pra São Paulo para ser Padrinho de Formatura da Adriana, mas que ficaria de vez. Ela disse tudo. Tudo bem. Mostre que vc pode dar o seu jeito. Estremeci, porque no fundo eu queria que ela viesse com sentimento de mãe coruja. Ela foi forte e mesmo jamais desejando a partida do filho. Me incentivou e só contou pro meu pai depois de um mês, quando ele notou que o carnaval de 1993 estava demorando demais pra acabar (ja que eu não tinha voltado).
Sabe uma música sertaneja do Zezé de Camargo e Luciano no filme "Os filhos de Francisco"?
ResponderExcluirO que eu lembro é exatamente isso:
No dia em que eu saí de casa minha mãe me disse: "Filha, vem cá!"
Passou a mão em meus cabelos, olhou nos meus olhos e começou falar:
"Por onde você for eu sigo com meu pensamento, sempre onde estiver; em minhas orações eu vou pedir a Deus que ilumine os passos seus..."
Não foram exatamente essas palavras, mas quando ouvi essa música pela primeira vez, ainda que não goste de sertanejo, lembrei do fato (eu com 16 anos, com as malas prontas, uma bolsa de livros e a matrícula do colégio em Floripa na mão!
Agora deu! Rímel no canto da boca já!