Interpretar é uma arte pessoal, e intransferível.
Pois ela implica na bagagem que cada um traz consigo, concordam?
Gosto muito de um texto intitulado "Magia" do Rubem Alves sobre o assunto, onde a professora dá um poema, e pede que os alunos interpretem. Mas falha ao querer impor sua visão do texto. O autor fala exatamente desse cerceamento imposto por apenas uma interpretação ser a definitiva, a correta.
Me veio na mente textos de concursos, de autores falecidos, e a banca indagar o que o autor queria dizer ali na linha 19 quando falou... O autor não está mais presente para justificar a alternativa correta. E se não fosse concorde com a opinião da banca o que ele queria dizer, mas o que eu interpretei? Não caberia entrar com recursos para anular a questão?
A beleza de um texto está nas coisas obscuras, nas entrelinhas...
"Não, poemas não são para serem interpretados. O texto claro não é melhor que o texto obscuro. Na verdade, uma ideia em neblina é melhor que duas de sol a pino. Porque as ideias de sol a pino põem fim à conversa, enquanto as ideias de neblina convidam à troca de confidências (Rubem Alves, Magia, do livro "Ao professor, com meu carinho").
Toda essa introdução foi para uma questão de leitura que tive o prazer de vivenciar tempos atrás.
O prédio onde trabalho possui uma copa, com algumas geladeiras, onde os funcionários podem trazer suas marmitas e lanches. A copa atende todos os andares do prédio.
Muitos itens colocados na geladeira são etiquetados, com o nome da pessoa, o setor que trabalha, o andar, etc. Eu lembro logo da Catilene.
Você não conhece a Catilene? Ela está em "A vida sexual da mulher feia", de Claudia Tajes, um livro muito divertido.
Dentre tantos itens etiquetados, um deles me chamou a atenção. Era uma garrafa de mate.
Estava praticamente cheia, e não continha nome do proprietário, nem outro dado qualquer que o pudesse identificar.
Apenas uma etiqueta com os dizeres: "Tenho herpes".
Gostaria de saber sua leitura dessa situação, sem tempo para pensar, o que lhe veio na mente?
Como disse no início, interpretar é uma arte pessoal, e intransferível.
Pois ela implica na bagagem que cada um traz consigo, concordam?
Gosto muito de um texto intitulado "Magia" do Rubem Alves sobre o assunto, onde a professora dá um poema, e pede que os alunos interpretem. Mas falha ao querer impor sua visão do texto. O autor fala exatamente desse cerceamento imposto por apenas uma interpretação ser a definitiva, a correta.
Me veio na mente textos de concursos, de autores falecidos, e a banca indagar o que o autor queria dizer ali na linha 19 quando falou... O autor não está mais presente para justificar a alternativa correta. E se não fosse concorde com a opinião da banca o que ele queria dizer, mas o que eu interpretei? Não caberia entrar com recursos para anular a questão?
A beleza de um texto está nas coisas obscuras, nas entrelinhas...
"Não, poemas não são para serem interpretados. O texto claro não é melhor que o texto obscuro. Na verdade, uma ideia em neblina é melhor que duas de sol a pino. Porque as ideias de sol a pino põem fim à conversa, enquanto as ideias de neblina convidam à troca de confidências (Rubem Alves, Magia, do livro "Ao professor, com meu carinho").
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Toda essa introdução foi para uma questão de leitura que tive o prazer de vivenciar tempos atrás.
O prédio onde trabalho possui uma copa, com algumas geladeiras, onde os funcionários podem trazer suas marmitas e lanches. A copa atende todos os andares do prédio.
Muitos itens colocados na geladeira são etiquetados, com o nome da pessoa, o setor que trabalha, o andar, etc. Eu lembro logo da Catilene.
Você não conhece a Catilene? Ela está em "A vida sexual da mulher feia", de Claudia Tajes, um livro muito divertido.
Dentre tantos itens etiquetados, um deles me chamou a atenção. Era uma garrafa de mate.
Estava praticamente cheia, e não continha nome do proprietário, nem outro dado qualquer que o pudesse identificar.
Apenas uma etiqueta com os dizeres: "Tenho herpes".
Gostaria de saber sua leitura dessa situação, sem tempo para pensar, o que lhe veio na mente?
Como disse no início, interpretar é uma arte pessoal, e intransferível.
"Tenho herpes" significa " NÃO BEBA" ou "NÃO TOQUE" É MEU".
ResponderExcluirLembrei de um curso que fiz com professores que elaboravam provas de vestibular. E eles narraram a experiência que tiveram com uma questão em que perguntavam " o que o autor quis dizer?'. Deu uma confusão, porque o autor ainda estava vivo e questionou dos organizadores como eles poderiam saber o que ele (autor) quis dizer. Resultado: nunca mais colocaram essa pergunta em textos de autores vivos.
Interpretação é muito pessoal.
Um abraço
Wilma Bragança
Ele quis dizer "Cuidado: Cão Bravo"
ResponderExcluirAbraço,
Hahahahahahahahaha muito criativa a pessoa, mas ela se arisca.
ResponderExcluirVai que alguém se permite consumir o mate e deixar a resposta: "eu também"
Adorei o texto. É a criatividade do dono do mate. Acho que, se alguém tocou a garrafa, mesmo que uma esbarrada, ao ler a mensagem, correu pra desinfetar as mãos! ����
ResponderExcluirEu na hora pensei em beber o mate, pois gosto muito e também sei que o herpes não é
ResponderExcluirtransmitido pelo simples contato. Rsrsrsrs. Contudo adorei a maneira como foi colo-
cado pelos autores. Um beijão.PC