Lembram desse filme, mensagem para você??
Meg Ryan e Tom Hanks, fim da década de 90, e a Internet começando a mostrar o seu poderio.
Por que me lembrei disso??
Pergunto-lhe, há quanto tempo você não entra numa agência dos Correios, para postar uma carta simples? Pense ai...não vale Sedex, nem Pac...carta simples mesmo! Tive esse prazer recentemente, e esse ato de postar uma carta, que está cada vez mais fora da nossa realidade, me fez pensar muito...
No início do mês, quando recebi a visita de amigos queridos no RJ, após ganhar das mãos do Cláudio Dundes uma caixa com uma receita de família feita por sua mãe (biscoitos de pinga e broinhas de milho), eu queria entrar em contato com ela para agradecer pelo carinho. Detalhe que ela mora em Regente Feijó, enviou a encomenda ao filho por Sedex até a capital de SP, e o mesmo trouxe aquele baita peso para me entregar no RJ.
Na semana seguinte, após saborear tudo aquilo, mandei uma carta para ela, uma vez que ela não deve ter e-mail, e não achei-a no facebook. E no caminho para os Correios, pensava nas facilidades tecnológicas dos dias de hoje, onde com um simples clicar do mouse, entramos em contato com o mundo...seria muito mais fácil né!? Até mesmo um celular quebraria o galho.
Se somarmos todo o tempo, desde a escrita da carta em papel (pude constatar que minha caligrafia está um horror, uma vez que só escrevo no computador), a ida a papelaria para comprar um envelope, e a ida aos Correios para postar a carta, gastei em torno de duas horas para fazer todo o processo...e se enviasse a resposta por mail, ou através de uma mensagem no facebook, gastaria poucos minutos.
Com isso, refleti que a tecnologia está ai para nos fazer ganhar tempo. Mas ao contrário, estamos cada vez mais escravos da tecnologia. E, ao invés de usarmos essa sobra de tempo que ganhamos pelas facilidades tecnológicas, para as outras coisas, temos perdido muito tempo com ela, com coisas que não nos engrandecem. (vide o tempo que perdemos no computador, sem nada a acrescentar em nossa cultura geral. Graças a isso, dei adeus ao facebook).
E tudo por causa de uma simples ida aos Correios.
Essa é a mensagem que gostaria de deixar para reflexão. A facilidade da vida material chega ao mundo, a fim de que as pessoas tenham uma sobra de tempo para se dedicar às verdades do ser eterno.
Em tempo, Dundes, agradeça a sua mãe por mim (sabe se ela recebeu a carta?), não somente pelos quitutes, mas especialmente, por me fazer ir aos Correios e pensar sobre essas coisas que estavam tomando um tempo precioso demais em minha vida, e que hoje eu já priorizo outras coisas muito mais importantes.
Essa foi a maior mentira do mundo corporativo, que o notebook daria mais tempo para as pessoas viverem, pois poderiam trabalhar em casa, na verdade as pessoas trabalham mais em casa e mais no trabalho. Depois disso ainda inventaram o smartphone que prometia a mesma coisa e aí, vc se pega respondendo email do trabalho as 5 hrs da matina no banheiro (eu ja fiz isso, nao faço mais).
ResponderExcluirAcabei de comprar um tabuleiro de xadrez e dama para o Biel. Ele aprendeu a jogar dama no tablet e agora espero que continue no mundo real. Proximo passo: xadrez na veia.
ABS !
Querido Hoffmann,
ResponderExcluirSexta-feira, 27 de julho de 2012. 09:50 horas. Acabei de desligar o telefone. Minha mãe, Dona Antônia, enquanto falava comigo no telefone tirou a carta do correio, abriu-a e a leu emocionada enquanto falava comigo. Ficamos os dois emocionados. E, antes de tudo, vc fez fortalecer a minha resolução ainda fraca de ter deixado o Face. Agora que não volto mesmo.
Minha mãe, chorou lendo sua carta, daqui fiquei embargado. Um ato singelo marca muita coisa importante. Obrigado pela reflexão, lição, e principalmente pela amizade. Um abraço do agora "desenfreado" Claudio Dundes.
Grande Ricardo,
ResponderExcluirLembrei de um tempo passado, em que enviava para uma amiga no Rio Grande do Sul (Guaporé) uma carta quase toda a semana...contávamos os dias esperando nossa troca de cartas...
Hoje, com essa merdalhada toda de tecnologia, não sei nem escrever direito...
Tento, minimamente, ficar um pouco longe de todas essas facilidades, evitando, por exemplo, acessar a internet aos fim de semana...e "esquecer" o celular as vezes...
Antes era melhor....
Forte abraço
Felipe
a minha caligrafia ainda tá boa:)
ResponderExcluirolha, vi umas três vezes mensagem pra você:)
porque o tema, na época, mexia muito comigo... de um lado, nostalgia; de outro, a loucura da internet!
tenho muito a agradecer à internet!
muito mesmo!
aprendi muita coisa, li muita coisa boa na internet...
livros aos quais eu não tinha acesso, como as Cartas de Jane Austen, por exemplo, eu consegui ler graças à internet...
na internet, aprendo muito sobre a história do Rio de Janeiro, e depois que leio, fico ainda mais atiçada e vou lá conhecer pessoalmente... e ainda levo minha família:)
você e Cláudio, por exemplo, dois seres incríveis, dois amigos muito especiais, eu conheci primeiro na internet!
sem falar no Guru, e na Marinês, e vixe, em tanta gente boa!
o grupo com quem faço as trilhas no Rio, conheci... na internet!
e por causa da internet, cada vez mais me encanto mais pelo Rio...
minha primeira ultramaratona, fiquei sabendo dela... no facebook...
é que tem coisa na internet (e na vida real também) que não vale a pena... não vale a pena perder tempo...
mais tiram do que acrescentam...
o que vale para a internet é o que vale para o vinho e para (quase?) tudo o mais na vida: melhor consumir com moderação:)
bjs
Oi Ricardo,
ResponderExcluirAcabei de ler seu post para minha mãe. Ela é uma pessoa inteligente, mas tem um certo medo dessas tecnologias. então me disse para eu lhe dizer que ficou muito emocionada de receber uma carta assim. Primeiro pela singeleza, segundo por ser de um estranho que acaba de se tornar mais um filho.
Tive o privilégio de ler sua cartinha. Também fiquei emocionada. E agora, mais ainda com esse post.
Um grande beijo,
Ana (irmã) e Antonia (mamãe)
Eu não tinha facebook até 25 de julho de 2011. Mas aí, com esse negócio de vc querer encontrar pessoas reais que fizeram parte da sua vida, me rendi.
ResponderExcluirMinha letra não é das melhores, fazer cursinho pra concursos e anotar as coisas muito rápido durante a faculdade faz sua letra redonda de professora se tornar um 'garrancho'.
Meu caderno de receitas, que comecei elaborar aos 12 anos, é fofo nas primeiras páginas! E lendo isso, me dei conta que hoje eu quase nem olho mais pra ele, e quando preciso de alguma receita nova busco na internet... já fiz isso aqui, no blog, com o empadão esfinge, por exemplo.
Ora de fazer bom uso das minhas receitas de 12 anos.
Obrigada! :)
p.s.: mas, ainda faço uso de caderno, caneta, canetinha e lápis de cor pra estudar. Me sinto estranha pq no Mestrado, na biblioteca e nos cursinhos, só vejo tablets, notebooks, .... aí eles entram no site do Planalto e colam o artigo da lei logo abaixo do que eles estão escrevendo ali no word. E eu, além do caderno, tenho que carregar um vademecum e procurar as páginas, fazer referência com marca texto, copiar no caderno!! haha As alças das minhas bolsas não duram, mas ainda gosto disso!!
E é por essas e outras que eu também adoro passar por aqui.